Por: Tati Teixeira
Bastille acaba de lançar seu quarto álbum de estúdio, bem vindo a um lugar diferente de todos que a banda já visitou.
Give me the future é inovador, inesperado, repleto de cultura pop e consegue ser um disco de sonoridades totalmente novas para Dan Smith e para os fãs, mas ao mesmo tempo sem perder nada da essência do quarteto.
Bastille não entrega e nunca entregou a real do que cada música significa para eles, para Dan o importante é que cada pessoa criei sua própria interpretação da música, mas sobre o álbum Smith afirmou:" o conceito do álbum é se plugar aos seus sonhos, ou à tecnologia, e ser capaz de ir para literalmente a qualquer lugar e fazer qualquer coisa."
Esse trabalho é uma mistura dos anos 80, com o que no passado achamos que seria o futuro, com o que de fato temos no presente e nossas ideias de como será o futuro, Dan Smith brincs dizendo que a tecnologia ganhou um espaço tão grande em nossas vidas atualmente que estamos além do que imaginávamos para o futuro no filme " De volta pro futuro ". Então, o Bastille nos deu 32 minutos de uma viagem de imersão total em uma atmosfera de sonhos e pensamentos que nos tiram da realidade.
O disco abre com Distorded Light Beam, essa faixa é aquela junção de passado, nos lembrando sonoridades do pop , com inovações do futuro, nada defini melhor o álbum como a palavra retrofuturista e essa faixa mostra isso, ela é um resumo do conceito de todo o trabalho, tanto em sua letra, como em seu ritmo, foi a primeiro single a ser lançado, e não é atoa, pois é a prévia do LP.
As escolhas para criar essa imersão na realidade virtual sonora e também visual,do clipe, para foram geniais, Bastille proporciona realmente uma experiência única para quem acompanha a trajetória do álbum é dos trabalhos audiovisuais entregues pela banda.
Thelma and Louise é uma das referências pop do disco, relembrando o que já dissemos aqui, ela faz alusão ao filme dos anos 90 que marcou a trajetória filmografica de Dan Smith, ela é um ponto de ânimo e encorajamento, essas 2 figuras feminina foram símbolo do escapismonos ano 90, nada melhor do que esse refresco depois da obscura letra de Distorded Light Beam.
No Bad Days é a terceira e mais pessoal música do álbum, ela conta uma história importante e triste sobre uma experiência vivida por Dan Smith, essa faixa traz muito do Bastille raiz, da sonoridade da banda que os fãs conhecem e tem bastante familiaridade, com alguns elementos que são novos. Emocionante e cheia de sentimentos essa canção é do tipo que muda vidas e que alivia a alma, no bad days é um colo do Bastille para um dos maiores sofrimentos da vida.
No Bad Days traz a voz de Dan Smith limpa e clara, com poucas distorções, é gostosa de ouvir, e a marca registrada do Bastille é a potente voz do artista. Uma assinatura forte do grupo no álbum.
O clipe é doce, lindo, cinematográfico e dirigido por Dan Smith, que diz ter sido uma experiência maravilhosa e estressante.
Na Sequência temos a instrumental interlúdio Brave New World, que é linda, um respiro como os intervalos no meio dos filmes no cinema antigamente. Ela abre perfeitamente para back to The future, nem dá para perceber que trocamos de música.
Back to The future é claro, é uma referência ao filme, o clássico de volta pro futuro, que é bem presente no álbum essa linguagem de ficção científica bastante explorada. Essa faixa é animada, e sobre ela Dan disse:" essa música, é a ideia de viver dentro de uma sociedade que muitas vezes parece estar de cabeça pra baixo e bastante fodida. E aí querer canalizar a ideia daquele filme e ficar tipo, ‘Se você pudesse voltar e mudar as coisas, você faria isso?’. E só se divertir com isso também, porque há muita escuridão em algumas das letras, e isso reflete o quão complicada a vida é, esperamos, mas acho que também é sobre tentar se divertir com isso. Tipo, não se levar tão a sério."
Plug in tem uma letra pesada, reflexiva, forte assim como todo o álbum, ela traz uma sonoridade Dance, a cara dos anos 80, nos trazendo a tona músicas que o Bastille cresceu ouvindo e agora usou como referência, essa música mistura essa pegada nostálgica com as batidas proporcionadas pela tecnologia. Esse disco é muito sobre isso, sobre o quanto hoje estamos imersos na tecnologia.A tecnologia tomou conta de nossas vidas e Give me the future deixa isso claro.
Promises é uma sacada genial, o que melhor para um álbum cinematográfico do qye a presença de um ator, e não qualquer ator, mas sim Riz Ahmed, primeiro muçulmano a ser indicado ao Oscar em 2021, pelo filme O som do silêncio, a canção promises é um lindo poema recitado pelo ator, o Bastille permitiu que com liberdade ele criasse algo, então ele chegou com esse poema e caiu super bem, ficou lindo essa passagem do disco.
A próxima faixa interliga e tem como promoses uma brilhante ideia para ser a abertura dela, a animada, contagiante e inspiradora Shut Off The Lights chega trazendo esperança, felicidade e dentro dessa atmosfera que estamos mergulhados agora ela nos faz esquecer o mundo, a tecnogia e nos agarrar a quem nos ajuda a trazer a tona nossa humanidade, as pessoas. Não existe tristeza aqui, agora estamos longe e podemos ser quem quisermos. A sonoridade, os instrumentos, os sintetizadores dessa canção, é tudo muito genial.
O vídeo clipe é puro divertimento, assim como a música.
Na Sequência a faixa que dá novo ao álbum, a também muito densa e escura Give me the future, mais uma faixa que é para nós uma das melhores do disco , repleta de mensagens a passar traduzindo nossos sentimentos, trazendo-nos para um mundo de ansiedade e incertezas esse é o presente, a sonoridade dessa música é monumental, capaz de atingir qualquer um, trazendo um Bastille renovado e ainda repleto de essência, não tinha single melhor para dar nome ao álbum do que esse.
Quebrando um pouco da obscuridade dessa viagem que estamos fazendo com Bastille, vem a animada Club 57, também referência a cultura pop, nessa faixa viajamos novamente ao passado revivendo esse clássico do cinema, a letra dessa canção traz a tona o amor e nos leva a flutuar nesse espaço de escape criado pela future inc.
Na Sequência a interlude, alucinante de total dissonation, trazendo ume combinação presente no álbum, repare como ela traz referência a zno bad days , por exemplo , é brilhante.
Então, nossa viagem está acabando e para encerrar esse respiro longe do mundo real temos a faixa Future Holds, coral, elementos sonoros impressionantes, que música boa, ótima pqta encerrar o álbum!
Give me the future mostra um Bastille maduro e inovador, uma banda inquieta que não deseja permanecer na mesmice, uma grupo em constante evolução e preocupado em mudar o mundo e fazer sentido levando algo a mais para a vida das pessoas que o escutam, esse disco é vivo, alegre, reflexo do jovem adulto, geek, ansioso, fugitivo e querendo se entorpecer de tecnologia, é um trabalho expressivo, real, divertido, dinâmico e nada confortável de ser feito, tirando o Bastille totalmente de sua zona de conforto e colocando-o num mundo cheio de desafios e novidades, entregando uma verdadeira viagem transcendental para quem escuta, dando seu melhor em tempos que ficamos absolutamente sensíveis, dependentes da VR , solitários e inseguros.
É também o disco com maior número de colaborações da banda, o que resultou em uma troca de ideias favoráveis e geniais levando a passagens icônicas do álbum.
Bastille mostra o porque é o melhor e mais relevante nome do mundo da música alternativa atualmente, esse disco é de um conceito impecável e desde já é possível dizer que tem sido um verdadeiro suporte para aguentar o mundo de hoje.
Então, se prepare para essa imersão e ouça o impressionante, imprevisível e brilhante Give me the future:
https://open.spotify.com/album/2A3BFOsrRHn0VQuafW2zYs?si=dZkjrPnlT4GbWvQ0CzzNOg&utm_source=copy-link
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