The Wombats impressiona e reinventa em 'Fix Yourself, Not The World', seu quinto álbum

Novo álbum da banda britânica dá um show de composição, produção e identidade.

The Wombats em 'Fix Yourself, Not The World | Divulgação

O The Wombats finalmente lançou nessa sexta-feira (14) seu quinto projeto de estúdio, que já vinha sendo anunciado desde maio do ano passado com o lançamento do single 'Method To The Madness', uma boa escolha para inaugurar a nova empreitada e dar aos fãs um bom exemplo do que vinha pela frente: um The Wombats auto-referencial e ao mesmo tempo, novo. 

Fix Yourself, Not The World | Divulgação

'Fix Yourself, Not The World' é prazeroso de se ouvir logo no começo, ao som de 'Flip Me Upside Down' e a sua energia, extremamente inspirada nos trabalhos mais techno da época do [The Wombats Proudly Presents...] 'This Modern Glitch', seu segundo álbum. A ideia era essa. Começar com a energia lá em cima, como Matt Murphy (nosso querido Murph), vocalista e criador da banda, descreveu. 

Ao decorrer do álbum, existe uma amálgama de novos ritmos, down e uptempos, synths e guitarras rasgadas inspirados por artistas bem diversos como Radiohead, The Weeknd, Smashing Pumpkins e Blur. Ao mesmo tempo que parece todos os álbuns da banda prensados e misturados em um só. Tudo que o The Wombats experimentou até aqui (e pra quatro álbuns, eles já foram até Marte e voltaram), amplificado, renovado... Ressignificado. Tudo isso fruto do trabalho de longa data da banda junto do produtor Mark Crew (também fiel escudeiro do Bastille) e até mesmo de Paul Meany, da banda Mutemath (que produziu grande parte dos últimos projetos do Twenty One Pilots também). 

Video oficial de 'This Car Drives All By Itself' | Divulgação

Sobre a composição, Murph sempre deu um show. Suas letras cheias de analogias, histórias bem contadas com doses de ironia e metáforas às vezes peculiares continuam aqui ao fervor. E é visível o como a quarentena elevou a criatividade do cantor nesse quesito, inclusive com 'Work Is Easy, Life Is Hard', a música mais "política" da banda até agora, segundo Murph. Os temas do álbum trafegam sobre assuntos como descontrole sobre a própria vida, jovens artistas perdendo a desilusão em relação aos sonhos, dependência emocional sobre outras pessoas e por aí vai, soando até niilista demais quando descritos assim, mas cada música do álbum trata os temas com um carinho, humor e aquela ironia britânica familiar da banda de Liverpool. 

Video oficial de 'If You Ever Leave, I'm Coming With You' | Divulgação

Por fim, vale mencionar os destaques de Fix Yourself, Not The World: a intensa synth-inspired 'If You Ever Leave, I'm Coming With You', a loucura experimental 'Ready For The High', a flertada clássica da banda com o new wave 'This Car Drives All By Itself' e a grande rock-ballad 'People Don't Change People, Time Does', que soa como uma das maiores do álbum para o coração dos festivais e shows. 

E é claro, a sexy 'Wildfire' e a eletrizante 'Worry' são uma das grandes surpresas e quebras de expectativa do álbum que não podem ficar fora das citações honrosas. 

'Fix Yourself, Not The World' é um bom começo de ano para a música e para o The Wombats. É refrescante, novo, revitalizado, dançante e com algo a dizer. Não é o clichê do "melhor álbum da banda até agora", e sim, mais para o currículo, que já era de peso. O The Wombats não concertou o mundo com esse álbum, mas se concertou, mesmo nem precisando. 



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