Com 9 faixas compostas pro Brunno (exceto faixa 'Summer', que é uma regravação da música da banda Maher Shalal Hash Baz) e carregadas de críticas metafóricas ao atual autoritarismo que vem assombrando o Brasil nos últimos tempos, o álbum veio numa pegada Lo-Fi e caseira, com erros propositais de desafinação, inspirado nas obras de Tori Kudo, artista plástica Aleksandra Waliszewska e Devendra Banhardt. O álbum é ótimo para dar aquela relaxada no domingo, mas sem esquecer o quanto estamos afundados nesse governo.
Na faixa que carrega o título do álbum, Passeio com Monstro, Manfra relembra explicitamente sobre o caso de Luiz Carlos Cancellier, reitor da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), que foi preso pela Polícia Federal na operação Ouvidos Moucos. Ele foi acusado de estar envolvido em um desvio de mais de R$80.000.000 (oitenta milhões de reais). Liberado após 30 horas detido, Luiz Carlos Cancellier cometeu suicídio. Há controvérsias sobre sua acusação.
O álbum foi produzido no estilo pandemico, todo em casa e online, numa parceria com Lucas Pasquini, que tocou maioria dos instrumentos com Brunno Manfra e com participações especiais, como a inglesa Tehilla Henry e músicos de países como Indonésia, Filipinas e Escócia. Além de participar da produção, Lucas Pasquini também foi responsável pela arte do álbum, que é mais um dos pontes fortes da obra.
É, definitivamente, um álbum que vale a pena ouvir. Com letras profundas e bonitas, Manfra mostrou, mais uma vez, que é um ótimo compositor.
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