Vetromn | Foto: Divulgação |
Conhecido na cena eletrônica alternativa já há algum tempo, Vetromn é o alter ego cheio de personalidade do cantor e produtor, Victor Gabriel, de 20 anos.
Natural de Goiânia, mas originalmente nascido no Pará, o gosto de Victor pela arte regional e internacional, foi algo passado de forma natural por sua família. Para um adolescente millennial ávido pelo novo e desconhecido, não é de se espantar que o mundo da arte sétima arte tenha despertado sua curiosidade desde pequeno. Uma vez imerso na - finada - cultura das videolocadoras, o fascínio pelas atmosferas e trilhas sonoras dos filmes foi tanta, que por um tempo ele chegou achar que queria ser um diretor de cinema.
Vetromn | Foto: Divulgação |
Mas, tudo mudou com a descoberta de um álbum da banda londrina ‘Daughter’, em sua adolescência. A voz melancólica, e ao mesmo tempo sensual, da vocalista Elena Tonra, agiu como uma espécie de “revelação” para ele. Mas, se naquele momento o mundo do cinema perdia um possível cineasta, por outro, o mundo musical era presenteado com um novo artista. “Eu percebi ali que não precisava de muita coisa pra fazer música, ela podia ser mais simples, mas ainda sim, profunda” contou o artista em um papo descontraído com o IndieOClock.
Assim, no auge de seus 15 anos, Victor - que ainda não operava pelo nome de Vetromn - começou a engatinhar na experimentação de diferentes sonoridades e no canto. As primeiras tentativas aconteceram de forma desacompanhada, e depois, com a ajuda do amigo e produtor Davi, onde trabalharam em um projeto juntos. Com o tempo ele se interessou em fazer algo autoral. E assim nasceu o projeto Knoos Angel.
Era Knoos Angel
O EP ‘Foray’, de 2016, foi a introdução oficial de Knoos na cena musical. Com faixas que ecoavam em um lugar nebuloso entre o experimental e som ambiente, os vocais ecoados - marca do artista até hoje - e um forte tom poético foram as principais marcas do projeto. Navegando no subgênero do “Sadcore”, com batidas lentas e letras depressivas, esse foi o primeiro personagem criado pelo artista para aparecer na internet com seu projeto eletrônico.
Um dos singles ainda rendeu o reconhecimento e admiração do cantor Jonny Pierce, vocalista da banda The Drums: “Ele não só viu, como postou que um brasileiro fez uma canção que ele estava apaixonado. Eu achei aquilo sensacional.”
Hoje, o cantor não se identifica mais “nem com o personagem ou com as músicas”, mas quando olha para trás, demonstra gratidão por quem continuou acompanhando seu som mesmo depois daquela fase. “Agora eu até gosto de algumas músicas um pouco, mas tudo que eu não gosto mais eu prefiro fingir que nunca existiu (risos).”
Vetromn | Foto: Divulgação |
A fênix Vetromn
Transitar por diferentes estilos até se encontrar é algum comum para diversos artistas, e com Victor não foi diferente. Mesmo sabendo como queria soar, seu conhecimento musical e experiências ainda não davam a certeza que ele precisava para se direcionar musicalmente. “Levou anos para eu experimentar e finalmente chegar nas músicas e persona que eu acho boas.” contou o artista. Nasceu então, o Vetromn.
Diferente do anjo introvertido, Vetromn é agressivo, melancólico e sexy. Com seu EP 'Favorite Flavor', lançado há um mês, ele dá a prévia disso com faixas híbridas de rock e eletrônico. Já com seu primeiro álbum 'Mr. Lonely' ele muda radicalmente de ares e abraça a atmosfera Darkwave, com camadas dinâmicas de instrumentos de cordas e sintetizadores nas alturas. Os vocais que ecoavam antes, agora ficam mais sombrios e etéreos, em um resgate ao pop/rock que marcou o início dos anos 2000. “O Vetromn de agora está diferente de tudo que eu já fiz, mas ao mesmo tempo é finalmente um som que eu me identifiquei. Mas quem sabe o que vai ser depois, não gosto de repetir as coisas.” finalizou o cantor.
Ouça: Come Alive, Favorite Flavor, Dreamer (Demo)
Para quem curte: Pitty, Evanescence e Sky Ferreira
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