“Me sinto privilegiado em ter esse dom, sentir cada energia e cada momento”, confira nossa entrevista com Hungria Hip Hop

Hungria Hip Hop | Foto: Divulgação

Nesta sexta-feira, 22, o talentosíssimo cantor e compositor Gustavo da Hungria Neves mais conhecido por seu nome artístico Hungria Hip Hop, estreou o videoclipe de “Primeiro Milhão”, com uma produção impecável. O videoclipe foi divido em três cenários, e sem mais spoilers… você precisa conferir:


“Primeiro Milhão”, dá sequência aos inúmeros sucessos de Hungria, que acumula 2,2 bilhões de visualizações e 8,7 milhões de inscritos no Youtube, além de mais de 3 milhões de ouvintes mensais nas plataformas digitais.

Além disso, o Indieoclock bateu um papo com o rapper, que nos contou detalhes de seu novo single, suas inspirações e como lidou com o preconceito de seu gênero musical no país.


Você vem do centro-oeste, mais especificamente Brasília, região muito conhecida principalmente pelo sertanejo. Como foi ser um cantor de rap em um local que ainda não é tão conhecido pelo gênero?

Sim! Eu venho de uma cidade perto de Goiás, onde o sertanejo é muito forte, aliás o sertanejo é forte no país todo. E é muito bom ver as barreiras sendo quebradas, barreiras do preconceito com nosso estilo musical, barreira de uma mídia televisiva que não aceitava muito, e eu acho lindo ver todo esse progresso, é um começo de uma linda história, até porque estamos em uma geração de adolescente que estão vivendo muito o rap, e toda vez que eu escuto nas rádios eu me sinto totalmente privilegiado, independe de ser uma musica minha ou não, mas de ver onde o rap está chegando e onde estamos invadindo.

Como você se sentiu quando viu pela primeira vez que sua música estava ficando tão popular no YouTube e demais plataformas?

Na real não foi algo que cresceu do dia para a noite, isso foi até bom, Deus me deu um certo equilíbrio, desci degrau por degrau, então eu nunca me emocionei com muita coisa, quando eu vi os números crescendo eu levantava  a minha mão para os céus agradecia e continuava trabalhando, acho incrível esses números e onde estamos chegando, porém eu acho que é necessário trabalhar mais, claro que eu tenho um orgulho imenso mas isso só me faz querer trabalhar cada vez mais, e querer cada vez mais, sacou? Me sinto muito feliz, porém me sinto mais cobrado ainda de fazer o meu trabalho.

O que mais te inspira a compor?

Eu acredito que seja algo totalmente de energia, sinto que a caneta está me chamando e é ótimo porque não existe escola nem faculdade para compositor, é um dom que Deus invoca na gente, é algo que nasce com a gente, me sinto privilegiado em ter esse dom, sentir cada energia e cada momento.

Na sua opinião, qual dificuldade seu gênero musical enfrente hoje no nosso país?

Acho que a dificuldade foi que demoramos a atingir um certo patamar, quando começou a tocar de verdade algumas pessoas desistiram no meio caminho, e isso nos fez regredir de novo. Eu acho que a maior dificuldade era nos sermos vistos da maneira que tinha que ser, sacou? Como qualquer outro estilo musical, como qualquer outra musicalidade e outro som que faz as pessoas gostarem, e música é sentimento, né? Tem sertanejo que a gente escuta e chora, e tem rap’ que a gente escuta e nos dá força de vontade, eu acho que a palavra certa na verdade é a descriminação, por muitas vezes enxergarem o rap como algo inferior.

Hungria Hip Hop | Foto: Divulgação

Você acredita que a sua infância influencia sua música até hoje? Como?

Claro! Acredito que minha infância e a minha realidade atual influenciam completamente! Mas é porque eu gosto muito de escrever coisas que eu passei, mas eu passo coisas e dificuldades até hoje, muita coisa melhorou, mas toda vez que você realiza um sonho nasce um novo sonho dentro de você, então eu me amarro falar disso.

Qual foi o seu elemento preferido da sua nova música "Primeiro Milhão"?

A produção! Acho que quando encaixa a letra com a produção musical, meu Deus, não tem outra. E o mais incrível ainda é a energia, quando escrevemos esse som eu senti essa energia.

Você dividiu o clipe de “Primeiro Milhão” em três cenários, certo? Qual foi a parte que você mais gostou de gravar?

A parte da favela, com toda a molecada lá! Gravamos em uma favela em São Paulo, senti uma energia muita boa e nem sei como explicar a nostalgia que tive ali.

Hungria Hip Hop | Foto: Divulgação

Você espera tocar na Hungria um dia? (Piada com o nome do cantor).

(Risos) Hungria na Hungria! Já pensei muito nisso, e tenho certeza que vou realizar isso aí! Na verdade, ainda vou para postar a localização quando eu estiver na Hungria. Imagina um dvd: “Hungria live Hungria”.

Pauta: Andressa  Gonçalves e Beatriz Manola
Entrevistador: Beatriz Manola


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