"Vamos fazer arte e espalhar amor pelo mundo!" - confira a nossa entrevista com Victor Cronos

Victor Cronos | Foto retirada do clipe "Underground"

Até onde você iria por um sonho? Deixaria tudo o que conhece para trás e partiria rumo ao desconhecido? Ou esperaria uma boa oportunidade vir até você? Com muita coragem, Victor Cronos escolheu exatamente a primeira opção e saiu de Natal, no Rio Grande do Norte, rumo à São Paulo, para se dedicar ao sonho de ser cantor.

Por lá, ele descobriu também na moda uma paixão, e trabalhou como modelo por algum tempo. Contudo, seu primeiro amor falou mais alto e, agora, ele se dedica integralmente à música.

Misturando o indie pop ao R&B da melhor maneira possível, Cronos já criou várias faixas autorais, e, inclusive, já possui um álbum completo lançado, chamado "Oz". O disco, composto por 9 faixas, tem conquistado fãs pelo Brasil inteiro e aumentado a fama de Victor pelo mundo musical.

Além de modelo, cantor, e compositor, o artista também já se arriscou na produção, concepção, e direção de vários de seus clipes, além de sempre ajudar nas escolhas criativas do figurino. O Indieoclock falou sobre o lançamento do videoclipe mais recente de Victor e, recentemente, bateu um papo com o cantor, para conhecer um pouco mais sobre sua música e trajetória. Confira:

Oi Victor, tudo bem?
Tudo bem e com você?

Bem também! Então, primeiramente, nós gostaríamos de saber como começou a sua relação com a música?
Minha relação com a música começou muito cedo. Meu pai colecionava álbuns e ele sempre tava escutando música na sala de casa. Desde criança eu fui muito apegado à música, então eu já pegava e escolhia meus álbuns favoritos e ficava horas escutando.

E quais você diria que são suas principais influências musicais?
Eu acho que eu fui bastante influenciado pelo pop internacional, porque eu sempre tive contato, meu pai escutava, amigos escutavam... Mas eu também sou bastante influenciado pelo rap, que é um tipo de música que eu escuto muito. E também pelo indie.

Quando você começou a trabalhar com música, você já tinha uma ideia dos ritmos que ia querer trabalhar? Ou foi descobrindo com o tempo?
Fui descobrindo com o tempo, foram aprendizados. Eu sempre fui muito sincero com o meu gosto, sempre foquei muito nele. Então eu fui deixando rolar e fui criando meu próprio estilo, não foi nada muito pensado.

E você acha que ele pode mudar no futuro?
Com certeza! Acho que estamos sempre mudando, como eu deixo minha música ser bastante influenciada pelas minhas vivências, pela minha vida, eu tenho certeza que sim.

Como você faz para se inspirar pelas suas influências, mas criar o seu próprio estilo ao mesmo tempo?
É algo muito natural. Eu simplesmente sinto a vontade de escrever ás vezes, de criar algo em forma de música e aí eu deixo fluir.

Eu vi que você se mudou do Rio Grande do Norte para São Paulo, né? Como foi essa experiência? Deixar tudo o que você conhecia para trás? Qual foi a principal diferença que você sentiu?
Olha, foi excitante, mas também foi um pouco complicado. É sempre difícil mudar de uma cidade pra outra, e Natal é bastante diferente de São Paulo; no meio de vida, a forma que as pessoas convivem umas com as outras... Mas eu sou um cara que tô sempre procurando novos desafios, então acaba que essas coisas me excitam. São Paulo tem braços enormes, sempre tá abraçando pessoas do País inteiro, do mundo inteiro, então eu me senti abraçado também quando cheguei aqui.

Ah, que legal! Vi também que você ainda é bastante ligado à moda, certo? Você pensa em lançar sua própria marca de roupas um dia? Se dedicar mais à moda, em paralelo à música?
No momento, o caminho que eu tô seguindo dentro das artes é com a música. Eu tô bastante focado nisso. A moda sempre vai estar andando do lado, porque é um hobbie pra mim, é algo que eu gosto de verdade, mas eu acho que a música é o meu foco agora.

Você acha que você tendo conhecimento em outras artes, isso te ajuda no processo de composição das suas músicas?
Bastante! Em todas as partezinhas das músicas, eu sempre tento colocar um pouquinho disso. Por mais que o trabalho ás vezes seja assinado por outras pessoas, eu sempre fico tipo 'ah, mas e se a gente fizer isso aqui?'. Eu gosto de estar em todas as partes.

E tem alguma coisa, talvez até ligado às artes mesmo, que você não sabe fazer ainda, mas gostaria? Tipo, pintar, tocar algum instrumento?
Eu gostaria de tocar piano. Eu já fiz algumas aulas, mas ainda não consegui me dedicar o suficiente pra aprender a tocar piano, sabe? A ponto de dizer 'eu sei tocar piano'. Mas é algo que eu planejo, sem dúvidas.

Parece ser muito difícil [risos]
E é. [risos]


Recentemente, você lançou o clipe de "Underground". Como começou a ideia de você se envolver com a direção do projeto? Como as ideias pro clipe surgiram?
Desde criança, eu sempre passei por alguns lugares de Ceará-Mirim (RN), que foi a cidade onde eu cresci e onde gravei o clipe. Sempre imaginei cenas naqueles lugares. Então eu sempre tive na minha cabeça a ideia de que, um dia, eu iria gravar ou fazer algum trabalho naqueles lugares. Então meio que eu já tinha cada partezinha do clipe pensada na minha cabeça há muito tempo atrás, foi mais colocar em prática e realizar aquele sonho de criança, de correr no campo e gravar uma cena de cima; de poder sentar por alí e expôr minha arte naqueles lugares.

Poxa, que legal! Você pensa em dirigir mais clipes no futuro? Você gostou dessa experiência?
Sim! Eu penso em dirigir clipes também de outros artistas, é um sonho. Mas nos meus eu acredito que sempre vá ter um dedo meu, é algo que eu quero no meu trabalho, no meu legado: estar sempre por dentro dessas partes também.

Interessante! Agora vindo um pouquinho para o seu álbum, "Oz", logo na primeira faixa, "Bang Bang", a gente percebe que ela tem alguns trechos em espanhol. Como surgiu essa ideia? De colocar um outro idioma na música?
Eu gosto bastante de escutar músicas em outros idiomas. Inglês, sem dúvidas, ainda é unânime, porque a gente tem um maior número de músicas de artistas cantando em inglês. Então acabei influenciado por isso. Ás vezes eu crio um ritmo, e até tento colocar esse ritmo em português, mas não encaixa tão bem quanto em inglês. Como eu componho também em inglês, acaba que facilita ter esses trechos em inglês, então é meio que assim que acontece.


É, eu ia perguntar justamente isso pra você agora. Porque, por exemplo, em "Mini Saia" a gente ouve alguns trechos em francês, em outras músicas percebemos trechos em inglês, então assim: Algum dia você pretende fazer um álbum com vários idiomas diferentes e/ou músicas totalmente compostas em outros idiomas?
Meu idioma é o português. Eu acho uma língua maravilhosa e eu quero, com certeza, ajudar, através da música, as pessoas a se conectarem mais com a língua portuguesa, conhecerem mais, a se interessarem mais. Porém, eu tento fazer a minha arte de uma forma sempre muito natural, então eu não me prendo apenas ao português. Eu acho que no dia que tiver uma inspiração e compôr algo em espanhol, e ficar legal, com certeza eu vou querer compartilhar isso com os meus fãs; e com inglês, o mesmo.

E o seu processo de composição no geral? Como funciona? É algo mais orgânico ou planejado?
Varia muito. Ás vezes eu tô na rua e vem alguma coisa na cabeça, daí eu corro pra casa pra escrever. E ás vezes eu sinto que eu tô precisando, daí eu sento na mesa, pego um caderninho e começo a escrever, a colocar pra fora o que eu tô sentindo. E ás vezes também sai com os amigos, faço de improviso, ou algo do tipo.

Quando você começa a compôr uma música, geralmente já sai dalí a versão final? Ou você vai "refinando" com o tempo?
Elas são modificadas várias vezes, o tempo inteiro! E eu fico louco com isso [risos]. A gente faz uma coisa, faz uma letra, aí depois eu volto, e digo 'não, vou refazer que vai ficar melhor ainda'. Aí depois mais uma vez, a gente fica 'caramba, a gente tem que fechar isso' [risos]. Mas eu sempre consigo dar um jeitinho de convencer a gente a fazer essas mudanças e acho que se aprimorar também.

[Risos] É assim mesmo. Bom Victor, muito obrigada por conversar com a gente hoje, a gente vai continuar acompanhando a sua carreira de perto e te desejamos muito sucesso!
Obrigado pelo espaço, obrigado por ter escutado o álbum, eu vi que você comentou algumas músicas, achei muito legal. E é isso, vamos fazer arte e espalhar amor pelo mundo!

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Pauta e entrevista: Andressa Gonçalves.

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