Di Ferrero | Divulgação |
Como diz Kevin Parker na letra de Yes I’m Changing: “They say people never change, but that’s bullshit, they do”, todos nós estamos mudando a cada dia. E com os artistas e suas músicas isso não é diferente, pelo menos é assim que Di Ferrero, ex-vocalista da banda Nx Zero e agora artista solo, encara sua vida. O cantor vem se reinventando ao longo dos anos, tanto sonora como visualmente, mas uma coisa permanece em seu trabalhos: sua total dedicação e paixão pela música.
Com o lançamento de seu primeiro álbum solo “Sinais” que vem dividido em duas partes, Di conta em entrevista descontraída para a IndieOClock como veio mudando musicalmente. E de quebra conta também sobre como foi a produção de seu novo trabalho e das variadas colaborações que ele vem fazendo com outros artistas. Confira:
Como foi encerrar um ciclo com o Nx Zero, que já tinha uma fã base extensa e um repertório de sucesso, para dar início a um projeto solo, com uma nova pegada?
Foi um desafio muito bom. Essas são coisas que a gente precisa fazer, lá no fundo a gente sabe que tem que entrar no novo ciclo, e pra mim foi isso. Mas até eu começar a fazer as novas músicas eu pensei em várias outras coisas que eu podia ser e fazer: pensei em sumir, dar uma de Tiago Iorc - risos - e voltar, aí depois eu pensei em fazer músicas com o alter ego que eu tenho, o "José", cheguei a fazer 10 músicas e até gravar um clipe no Japão com esse alter ego, mas acabei e desencanando delas. Gravei com mó galera, a Mahmundi, o Paulo Miklos, Emicida, Rael, aí percebi que não fazia sentido ficar nessa. Foi quando eu decidi lançar "Sentença" minha primeira música solo. Eu não sabia o que esperar dos fãs nem nada, mas a galera curtiu muito, aí eu continuei lançando alguns singles e a pensar mais em lançar um álbum. Agora eu estou num momento muito mais confiante do que eu quero com meu trabalho.
Você segue em carreira solo há quase dois anos, e seguiu lançando muita coisa bacana e muitos remixes, o que te levou a lançar um álbum?
Bom eu me considero um artista de álbum, então sempre quero fazer um álbum, sempre acho legal ter uma história para contar, e nesse caso eu pensei em algumas músicas, escolhi os produtores que eu achei que tinham a ver com esse momento, alguns eu já conhecia de um tempo atrás, todos já tiveram banda e tudo, eles sabem de onde eu vim. Então eu comecei a compor e a curtir as coisas que eu estava fazendo e tudo mais. Eu compus tanta música que decidi separar o álbum em duas partes.
Qual foi a ideia por trás de dividir seu álbum em duas partes?
Eu pensei que ao fazer isso eu conseguiria dar mais destaque pras 6 primeiras músicas - que são a primeira parte desse álbum - e depois continuar contando uma história. E finalizar ela como se fosse uma série que tem dois capítulos, mas que no segundo capítulo ela já acaba - risos.
Teremos, então, dois tipos diferentes de temáticas trabalhadas em cada etapa de Sinais?
Na verdade é a mesma temática e tem os mesmos produtores, mas que vai contar com mais 6 músicas inéditas e com mais colaborações também, porque nessa primeira parte só teve uma, que foi com o Gee Rocha (também ex-integrante da banda Nx Zero).
Se reinventar é um processo muito comum aos artistas, e você ao longo dos anos foi fazendo isso. Então em “Sinais - Parte 1” quem é o Di que vamos conhecer?
É um Di eclético, um cara que está mais confiante e que está fazendo música em momentos mais pra cima, que ao se permitir fazer isso está aprendendo muito.
Essa primeira parte do álbum tem uma vibe pop rock bem animada e dançante - que começa com Viver Bem - e que ao longo das outras faixas vai se transformando e engloba sonoridades diferentes, como a pegada latina de “Outra Dose”. Como foi transitar nesses estilos musicais diferentes?
Foi muito legal! Até porque eu fiz todas as músicas no violão, todas mesmo. Em “Outra Dose”, que eu fiz com a galera da RedMedia que eu conheço há muito tempo porque é a galera do Cine, eu estava afim mesmo de fazer algo com uma pegada Dance/House. Eu fiz inclusive a letra de “Outra Dose” para uma festa, nunca esqueço - risos.
O que mais te motivou a compor e produzir músicas para esse trabalho?
Meu momento sabe. Meu momento de desafios e no qual eu estou mais confiante, que estou conseguindo ouvir mais minha intuição. Até por isso o nome de “Sinais” pro álbum e “Seus sinais” para uma das faixas, nome que o Lulu Santos deu espontaneamente. Eu estava indo gravar em um programa de TV e a música já tinha outro nome, que era “O sol não saiu mais”, mas eu não estava feliz com esse nome, achando ele meio deprê, meio pra baixo, e não era isso que a música passava. Ali eu mostrei a música pro Lulu no camarim bem rapidão e ele falou: Com certeza é Seus Sinais, aí eu: Claro que é Seus Sinais. Aí já peguei e subi no palco e cantei ela, que depois virou o nome do álbum. Então eu acho que é essa vontade de continuar a fazer coisas novas que me inspira.
O IndieOClock conversou com os meninos do duo Selva recentemente e eles mencionaram uma colaboração com você para o novo projeto deles. Como foi essa parceria?
Pô foi incrível cara! eu conheço também os moleques, porque eles iam no show do Nx quando eles eram do Restart, e eu achei eles dois super gente boa. Aí depois de anos e muitas coisas que aconteceram com eles e comigo também, o Pe Lu me chamou pra fazer um som, e eu me identifiquei com a música. No dia eu lembro que estava correndo - correndo mesmo - e me deu uma ideia de letra que eles já tinham começado, e fui escrever. Foi muito legal essa parceria e ela tem haver comigo, a pegada eletrônica deles deixa a música bem pra cima.
O que podemos esperar para essa nova etapa da sua carreira?
Bom agora eu vou para a estrada, eu começo fazendo meu primeiro show dia 30 de agosto na Audio Club, em São Paulo, junto com a minha mana, a querida IZA. Ela vai fazer o show dela completo e eu o meu show de lançamento do disco, claro que a gente vai cantar alguma coisa juntos no palco. Eu vou passar por vários lugares com a turnê Sinais que é uma turnê nova e que tem um conceito visual diferente, uma banda para me acompanhar. Eu vou inclusive tocar algumas coisas do Nx Zero, alguns covers que eu gosto e também as minhas músicas novas. Eu to feliz demais com esse momento, respeitando minha história, tudo que eu já passei e já tive, mas eu sempre quero olhar para frente, fazer coisas novas.
Para descontrair um pouco e deixar muitos fãs felizes, a fanbase do Twenty Øne Pilots fala que você parece muito com o baterista da banda, o Josh Dun. O que você acha dessa comparação?
Eu acho ótimo! Até porque eu acho essa banda muito boa e eu gosto muito dos shows deles. O Tyler - vocalista do TØP - é muito bom, o Josh também, eu acho que eles tem super uma influência do Travis do Blink 182 para tocar, e são da minha geração que escuta quase todo tipo de música e consegue passar isso para frente. Então fico feliz com a comparação, até porque o batera é muito bonitão né! - risos.
Para encerrar, você tem algum recado para seus fãs leitores do Indie?
Quero agradecer muito a todos vocês pelo apoio e convidar vocês para ouvir a primeira parte do meu disco novo “Sinais - Parte 1” que eu estou muito feliz em realizar. Eu pretendo viajar muito com essa turnê e mal vejo a hora da gente se encontrar por aí!
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