Queremos! Festival | Crédito: Andressa Gonçalves
Rolou no último sábado (15/06), mais uma edição do Queremos! Festival. Pela segunda vez, o evento ocorreu na Marina da Glória e contou com shows incríveis, além de uma estrutura tão legal quanto.
O Indieoclock esteve por lá e te conta os principais momentos do festival, confira:
Pouco depois das 14h30, começou o show da Petrobras Sinfônica, dando início oficialmente ao festival. A orquestra já é bastante conhecida por seus projetos inovadores, dentre eles 'O Clássico É...', que cria versões orquestradas para músicas populares dos mais diversos gêneros. No evento, ela apresentou uma versão diferente desse projeto, tocando músicas do Queen, mais especificamente as que apareceram no filme Bohemian Rhapsody, para o público.
Com muita energia, o regente Felipe Prazeres conduziu a orquestra com muita irreverência e bom-humor, criando grande interatividade com o público, convidando-o a cantar junto com a orquestra alguns dos maiores clássicos da banda de rock britânica.
O show terminou um pouco mais tarde do que estava previsto. Logo em seguida, começou o set da banda Carne Doce no Palco Amarelo.
Algum tempo depois, foi a vez de Jade Baraldo trazer as atenções de volta ao Palco Rosa. Com os dançarinos Marco e Eddy, Jade deu um banho de sensualidade e coreografias elaboradas.
Ela também apresentou alguns de seus principais hits, que colocaram todo mundo para dançar. Nem mesmo um problema técnico do festival, que obrigou Jade a pausar o show, atrapalhou no clima animado da apresentação.
Novamente no Palco Amarelo, foi a vez de Luedji Luna se apresentar. Em um show totalmente voltado às suas raízes africanas, que misturava samba, ritmos do nordeste e axé melódico, a cantora contagiou o público com toda a sua expressão e simpatia.
Enquanto cantava “Saudações Malungo”, Luna fez um apelo emocionado e visceral para que a polícia pare de matar os negros. Já em “Notícias de Salvador”, ela convidou todos a cantarem com ela e sentirem saudades da Bahia.
De volta ao Palco Rosa, ocorreu uma das apresentações mais aguardadas da noite: a da pernambucana Duda Beat. Com uma simpatia e sorriso contagiantes, Duda colocou todo mundo pra dançar e cantar suas músicas. Não teve uma música sequer de seu repertório que o público não a acompanhasse vocalmente.
Com um jeito simples mas que transmitia muita sinceridade, a cantora conquistou o público mesmo estando com dor na garganta. Isso fez com que ela agradecesse várias vezes a plateia por ajudá-la, e soltasse no final que aquela era "a melhor plateia que ela tinha tido esse ano". O que levou, claro, todo mundo à loucura.
A energia e o jeito de Duda contagiam, é impossível não sorrir de volta. Seus figurinos exuberantes também não conseguem passar despercebidos: ela rebolou, cantou, dançou, protestou e mesmo assim pausou pouquíssimas vezes a apresentação só pra tomar água.
Alguns dos momentos mais marcantes do show ocorreram quando ela cantou usando a bandeira LGBT dada por um fã e nas músicas "Chapadinha" e "Bixinho" que fez a Marina da Glória tremer com a força da voz única que se formou, com todo mundo cantando junto.
Allie X
Em seguida começava o show de Allie X. Se tem um fator que marcou esta edição do festival foi, sem dúvidas, a grande quantidade de artistas carismáticos.
Com uma das apresentações mais fortes do dia, a voz poderosa de Allie ecoou por toda a Marina da Glória, até quem estava na entrada do festival conseguia ouvir a voz da cantora com clareza. Além disso, a americana foi muito simpática, tentando agradar seus fãs o tempo todo, trocando sorrisos e risadas com a plateia e se arriscando no português. Em certo momento, ela soltou um "na América eles não fazem isso" em referência ao acolhimento do público daqui.
O pique da cantora também impressionou: ela pulava, dançava, tocava teclado, cantava, fazia firulas com a voz e tudo isso com muita propriedade, sem demonstrar um pingo de cansaço.
Gal Costa começou seu show pontualmente ás 20h30. A cantora não decepcionou e deu aos fãs um show memorável, que contemplou alguns de seus maiores sucessos como "Azul" e "Vaca Profana". Ela começou o concerto bem concentrada, mas terminou aos sorrisos, com a animação lá em cima: com um Medley composto de algumas músicas tradicionalmente tocadas no carnaval e São João, como "Festa no Interior".
Ver Gal Costa ao vivo é um espetáculo, ela te envolve totalmente em uma nova atmosfera nas músicas lentas e te faz dançar como se não houvesse amanhã nas mais agitadas, proporcionando um equilíbrio que dá muito certo.
Hypnotic Brass Ensemble
O Hypnotic Brass Ensemble tocou em seguida. O grupo vem de Chicago, e é formado por 8 irmãos. No Queremos! Festival, eles animaram a galera com um jazz estilizado que misturou jazz, hip hop, funk e rock.
Criolo
Criolo
Foi então a vez de Criolo marcar presença no Queremos! Festival 2019. O rapper, que havia sido anunciado horas antes por ninguém mais, ninguém menos que Gal Costa, começou seu set ás 23h05.
Com um show politizado, Criolo criticou várias vezes o governo atual, falou sobre a importância do combate ao racismo, e que a plateia ali presente é o futuro do pais.
Ele continuou, dizendo que novos talentos, novas esperanças e novos professores sairiam dali, e pediu uma salva de palmas para este último grupo e, lembrando a importância da educação na construção de um país melhor.
O show estava extremamente lotado e o mesmo fenômeno que pôde ser observado no show de Duda Beat, pôde também ser observado no de Criolo: o público cantando cada sílaba de suas músicas.
O setlist foi composto em sua maior parte por rap, incluindo os sucessos "Boca de Lobo" e "Não Existe Amor Em SP". A exceção ficou com a música "Menino Mimado", que tem um ritmo mais puxado para o samba.
Baco Exu do Blues
Outro artista bastante aguardado pelo público, Baco Exu do Blues começou seu show pontualmente. Ele também falou sobre política e como Luedji e Criolo, destacou a importância dos negros.
No início do show, Baco exibiu no telão importantes artistas e políticos negros, enquanto relembrava a importância deles na história.
O artista ofereceu um setlist variado, composto por singles de várias fases da sua carreira, passeando por todos os seus álbuns, o que pareceu agradar bastante o público. Alguns deles foram “Flamingos” e “Te Amo Desgraça”.
O line-up do festival foi composto ainda por Nu Guinea e Forró Red Light.
O line-up do festival foi composto ainda por Nu Guinea e Forró Red Light.
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