Entrevista: Ted Marengos, a banda de rock paulista que está conquistando o mundo!

Ted Marengos | Crédito: Divulgação

Ted Marengos é uma banda de rock paulista que foi formada em 2011, pelos irmãos Júlio Starace (vocais e guitarra), Luiz Pimentel (baixo) e Thomaz Ayres (bateria). A ideia de formar a banda surgiu quando eles perceberam que suas ideias eram muito parecidas no que dizia respeito à música.

O grupo já lançou dois álbuns de estúdio, "First Prints" (2014) e "Lifts" (2017). Este último foi gravado de forma mais orgânica, em fita analógica, e com apenas duas semanas estava concluído. O disco repercurtiu tanto que ganhou 4 de 5 estrelas na revista Rolling Stones e fez o grupo ser considerado por ela como a “banda retrô mais interessante dos últimos tempos”.

O próximo álbum da banda, “Timeless Beats”, será lançado na próxima quarta-feira (26/06), nas principais plataformas digitais. Para promover o álbum, a banda embarcou ontem em direção à Los Angeles, onde começarão oficialmente, também no dia 26, uma turnê internacional, que passará por várias cidades dos Estados Unidos e durará três meses.


Um pouquinho antes do Ted Marengos embarcar nessa aventura, nós batemos um papo super descontraído com a banda e acabamos quase fechando um show deles no Rio de Janeiro! Confira:


Oi pessoal, tudo bom com vocês?
Tudo sim, e com você? Aqui é o Thomaz, Luiz e Júlio.

Tudo bem também! Então, como vocês começaram a fazer música?
A gente começou tocando Nirvana na sala de casa, desde quando tínhamos entre 13 e 15 anos, nós somos 3 irmãos. A gente começou a compôr um pouco depois disso e a se apresentar nos bares de São Paulo, nas casas de show. Depois a gente formou o Ted Marengos, compondo em inglês e fazendo rock, unindo com as nossas influências.

E como vocês se aperfeiçoaram no inglês a ponto de se sentirem confortáveis em compôr no idioma?
Foi um processo que a gente tava se entendendo e aprendendo como ia expressar da melhor forma o que vinha nas nossas ideias e tal. E o inglês parecia ser a língua que a gente tinha mais afinidade, pra passar exatamente o que a gente gostaria. Por isso, tivemos que aprender a compôr em inglês também, o que foi um desafio.

Como é ser uma banda de rock hoje em dia? Quando as paradas musicais estão basicamente dominadas pelo pop?
É um mundo que você precisa ir descobrindo, né? Porque o rock, ás vezes, se esconde em lugares onde você não tem certeza de onde é. Mas o rock ultimamente parece que tem ganhado um pouco mais de destaque no rádio, na TV também, e nas mídias em geral.
A gente tá nessa trajetória de estar sempre presente na cena do rock, principalmente aqui em São Paulo, desde 2005/2006. A gente tinha uma banda na época, era quase a mesma formação, só que a gente compunha as letras em português e tava na época do emo. A gente já tocava, só que umas músicas diferentes do que as [da moda] na época, A gente teve influência, inspiração, que vinha de outras vertentes do rock.
Mas depois disso, a gente sempre esteve participando dessa cena underground e buscando pelo nosso espaço também, é uma coisa que a gente tem conquistado. E acho que o rock tem conquistado um espaço cada vez mais importante dentro das pessoas. Apesar da nossa música ser em inglês, a experiência que ela conta e as letras são todas sobre coisas que a gente vive no Brasil.



E muita gente aqui no Brasil ouve músicas em inglês, então o idioma não chega a ser uma barreira né?
É, talvez seja mais uma barreira pra gente escrever algo que realmente signifique alguma coisa pras pessoas, mas tem muita gente que tem o inglês como uma língua presente na vida. Acho que ainda mais hoje em dia, com a internet que é uma coisa que a gente acessa já em inglês, com a cultura americana e britânica, a cultura da língua inglesa no Brasil fica cada vez mais forte.

É verdade. Justamente falando sobre essa questão internacional, vocês fizeram a turnê “Dare From Brazil" há alguns anos, que foram 40 shows em 80 dias. Foi muita correria? Contem pra gente um pouquinho dessa experiência!
A gente saiu do Brasil com alguns hostels que íamos ficar. Mandávamos e-mails tentando fechar um acordo de que a gente tocaria lá pra ficar de graça em cada hostel, então a gente tocava no bar, ou no porão dos hostels, e ficava hospedado. Como a gente foi em duas bandas, o Ted Marengos e o Asa Dog, a gente se revezava entre quem tocava no hostel e quem ia buscar show nos bares e nas casas de show do lado de fora. A gente levou a turnê inteira mais ou menos assim. E não ficávamos por pouco tempo, a gente ficou um mês em cada cidade, em Nova Iorque, Nashville e Los Angeles. E agora dessa vez, a gente tá indo fazer uma tour que é diferente, as datas são marcadas.

Como vocês estão se sentindo com isso? Em voltar aos Estados Unidos agora?
Ah, vai ser muito legal, né? Porque a gente conheceu um pessoal por lá, em algumas cidades, e também vamos visitar lugares onde tem muita história de música, história mesmo do país, que influenciou um ambiente que a gente consumiu de uma certa forma e conversa muito com o que a gente faz.



Essa era inclusive minha próxima pergunta, se vocês estão ansiosos para visitarem ou retornarem a algum lugar que passaram da primeira vez que foram por lá?
Acho que vai ser legal. A gente vai pousar em Los Angeles, fazer show lá e vamos até Nova Iorque, onde gravamos o nosso segundo disco. Então uma [cidade] é numa ponta, a outra é em outra ponta do país, olha que legal!
A gente vai passar por vários lugares também, estamos felizes de poder conhecer todas as culturas diferentes dos Estados Unidos, todos estilos de música que podem agregar para a nossa história também.
E o interessante é que em dois shows, um em Nashville e um em Nova Iorque, a gente vai tocar em casas que tocamos da outra vez, então vai ser legal poder retornar em um lugar que a gente já passou. Mas também, acho que a maior ansiedade é por conhecer coisas novas e por novas experiências.

Quando vocês estão em turnê e tem um tempinho livre, vocês costumam sair pra conhecer a cidade ou preferem descansar?
Eu acho que a gente vai ter que sentir o que vai acontecer lá no momento, sabe? A gente pretende passar pelos pontos turísticos, sem dúvida, mostrar inclusive pro nosso público como tá sendo a experiência toda, e trazer curiosidades de todos os lugares que a gente puder passar, em um blog diário, do que tá acontecendo com a gente lá. Mas é importante estar descansado psicologicamente e fisicamente, porque é uma batida de shows intensa, em pouco tempo, e em mundo de van, e mundo de van é uma vida muito corrida… então, com certeza a gente vai ter que ficar atento pra…

Equilibrar bem né? [risos]
É, a gente tá preocupado em chegar na hora do show! [risos]

E sobre o público internacional no geral, como eles se comportam, ou pelo menos se comportaram nos shows de vocês?
O americano é bem aberto quando escuta alguma coisa nova. Independente de que língua ou de que estilo seja. Eu acho que a gente sentiu isso também, e o público parece que vem conversar com você depois de um show, vem conhecer você mesmo e isso é bem interessante, também, porque ás vezes a gente tem a ideia de que é uma coisa difícil o contato. 
Bom, também não podemos falar porque tocamos em poucos lugares, agora a gente vai tocar em bem mais lugares. Eu acho que em alguns… a recepção, por exemplo, em Nova Iorque foi muito legal, a gente fez vários amigos lá, desde produtores até mesmo pessoas que foram no nosso show e gostaram da banda e continuaram seguindo até hoje. 
Eu acho que uma coisa que contribui bastante é que a gente tá cantando em inglês, né? Eles entendem o que a gente tá falando.



Sem dúvidas! E vocês estão para lançar um novo álbum, “Timeless Beat”, o que a gente pode esperar dele?
São músicas que foram selecionadas de diferentes épocas, não foram compostas no mesmo período. Mas a diferença deste disco pro anterior é que a gente gravou com outros músicos de estúdio, foi um álbum um pouco mais colaborativo do que o “Lifts”, onde a gente entrou os quatro pra gravar com um rolo de fita mesmo, e foi um disco rápido pra ser gravado... Em duas semanas a gente gravou o disco inteiro.
Dessa vez, o disco tá sendo gravado desde o meio do ano passado, começo do ano passado, e a gente só tá lançando ele agora. Então eu acho que o nosso público pode esperar uma coisa um pouco mais elaborada em termos de arranjo, e uma sonoridade um pouco diferente do que eles estão acostumados, mas continua sendo Ted Marengos e focando no rock in roll.

A música “Eternally Fab”, que vocês lançaram recentemente, vai estar no álbum?
Vai! Ela já foi lançada com o clipe, e faz parte do disco.

Ah, legal! Vi vocês falando que ela foi uma homenagem aos Beatles, como vocês fizeram para colocar um pouquinho da sonoridade deles nessa música?
Os Beatles são uma coisa muito presente na nossa vida desde o começo. É uma grande inspiração, claro, e a gente teve a oportunidade de ter uma parceria que compôs essa música e justamente conseguiu encontrar com a gente a melhor forma pra expressarmos o nosso amor e reverência aos Beatles. Ela é uma banda muito presente no nosso som, então, é sempre um desafio colocar elementos. E eles são uma referência para muitas bandas né? São como uma banda de rock deveria soar.


E vocês mencionaram o Nirvana também hoje mais cedo. Podemos esperar uma música em homenagem a eles no futuro? [risos]
[Risos] Quem sabe um dia, né?

Pra encerrar, eu gostaria de saber qual o local vocês ainda não conseguiram mas adorariam fazer um show?
Ah, tem vários!

Pode ser mais de um também!
Acho que a gente queria tocar no Sul do Brasil. A gente já tocou no Brasil, mas a gente gostaria de fazer uma turnê no Sul, talvez: Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. É. E voltar pro Rio [de Janeiro] também, a gente fez show aí mas faz um tempo e a gente acredita que tem muita gente que curte o nosso som. Você quer que a gente vá praí?

Com certeza! Venham logo hoje! [risos]
[Risos] Tem algum lugar bom aí pra gente tocar?

Olha, eu gosto muito do Circo Voador... acho uma atmosfera incrível!
Bom, então quem sabe quando a gente voltar dos Estados Unidos, a gente não arruma um show por aí?

Seria ótimo!
Você não consegue arrumar pra gente aí? [risos]

Quem me dera, quem dera! [risos]
Vamos ver né? Tomara que sim, tomara que a gente toque aí!

Sem dúvidas! Venham mesmo! E sobre os Estados Unidos, a gente pode mesmo esperar um blog mostrando o dia a dia de vocês por lá, né?
A gente vai tentar fazer um blog diário sobre o nosso dia a dia. Vamos fazer um documentário também, mostrando todo o nosso trajeto e tudo o que fizermos por lá. E nas nossas redes sociais também vamos atualizar diariamente com tudo que a gente estiver passando.

Poxa, vai ser bem legal então! Muito obrigada por conversar com a gente e muito sucesso na carreira, que vocês rodem esse Brasil todo!
Muito obrigada Andressa! Continue também fazendo o seu trabalho e esperamos conversar com você de novo no Circo Voador, hein?

[Risos] Opa! Assim espero!
[Risos] Tchau!



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Pauta e entrevista: Andressa Gonçalves

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